segunda-feira, 1 de agosto de 2011

PESSOAS MIMADAS X LOUÇA SUJA


Não existe uma cena mais desagradável que de uma criança mimada! (Ou melhor existe... ADULTO MIMADO!)

Como é irritante ver uma criança gritar nos corredores do mercado, chorando, esperneando, fazendo birra, e logo atrás dela ver o pai ou a pobre da mãe pedindo: “Filhinho (a) por favor, não faz isso com a mamãe!”.

Ter um filho mimado, é dar vida a um adulto insuportável. Mas, afinal, de contas o que é ser mimado?

Mimar alguém é aceitar, ceder, concordar, por boa vontade ao querer do outro. Uma pessoa mimada foi tratada com excesso de complacência.

É ela que não vai mais sair com você, porque você não fez como ela havia sonhado. Ela queria que o buquê de rosas fosse vermelho, e você trouxe rosas brancas, e estragou tudo!

É ele que não vai mais falar com você, porque afinal de contas você não comemorou o gol com ele. Porque ele vai falar com você?

É claro que estes são alguns exemplos banais, mas nos remetem ao passado muitas vezes de uma menina ou de um garotinho que sempre recebeu tudo dos pais.

Amor, proteção, carinho. E tudo isto é bom. Mas faltou correção, disciplina e a compreensão de que, ouvir um “NÃO!” significa muitas vezes: “Eu te amo!”.

Pessoas mimadas irritam.

Se você é mulher deve se lembrar de ouvir de sua mãe dizer frases “prontas” de autoria dela. Algumas tem princípios de vida profundos, que no futuro podemos ver que marcaram ou marcarão para o bem. Frases como: “vai lavar louças”, e você respondia: “Ah, mãe eu não quero!”, e ouvia o grande princípio libertador: “Eu também não quero ir trabalhar, mas preciso! Vai lavar louça!”.

Obrigada mamães! Isso liberta muito, não na infância, mas quando crescemos.

É possível entende que realmente não podemos fazer tudo o que queremos. Que nossas vontades não serão atendidas no choro, nem mesmo nas pirraças adultas. Que se deixar-mos de ir onde deveríamos, ou não fazermos o que me é imposto, simplesmente porque não queroemos, “a louça vai continuar suja.”

E que louça teremos que enfrentar depois!

É por isso que ao ver pessoas mimadas é irritante, mas ao mesmo tempo devemos ter compaixão.

A vida passa e a sujeira da “pia” só aumenta.

Hoje é possível compreender que muitos a nossa volta, pessoas que amamos demais, garotos e garotas especiais para nós, continuam evitando a pia suja.

Foram e são mimados pelas pessoas que lhes amaram e amam, e pelas circustâncias da vida. Suas mães, chegaram do serviço cansadas, e enquanto eles estavam à frente do video game, ela foi lavar a louça. E ele(a) sabia disso, sabia o tempo todo. Sabia que ela lavaria a louça, então escolheu ir brincar. E o mais triste é ver e saber que o sentimento é expansivo, à mãe, aos amigos, aos chefes, aos professores, ao cônjuge, e até mesmo à Deus.

Deus me ama, ele vai me perdoar, então porque vou lavar a louça?

Muitas vezes agimos à semelhança da louça suja com nosso pecado.

O apóstolo Paulo ao escrever a Epístola aos Romanos compreendeu o perigo de sermos complascentes com nosso pecado:

“Que diremos então? Continuaremos pecando para que a graça aumente? De maneira nenhuma! Nós, os que morremos para o pecado, como podemos continuar vivendo nele?” Rm 6.1,2

Em outras palavras: “vou deixar a louça suja, assim verei o amor de mamãe por mim?” “De maneira nenhuma!”. Não posso pecar porque sei que serei perdoado. Não posso deixar de fazer o certo porque recebo o amor incondicional de Deus, de minha família, ou de meu cônjuge.

E porque não posso? Serei salvo mesmo! Jesus já morreu por mim! A resposta é simples: Amor!

Lavo a louça suja, pelo mesmo motivo que minha mãe vai trabalhar sem querer ir. Ela me ama, vai por amor, se doa por amor. E eu, por amor, porque reconheço acima de tudo que ela me amou primeiro, lavo a louça.

Paulo disse aos Coríntios:

“Pois o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram.” 2 Co 5.14

O amor, e só o amor nos eleva a um patamar mais sublime. Faço mesmo que não queira, não por obrigação, mas por amor.

Deixo de fazer, não porque é uma ordem, mas porque amo.

O amor de Cristo nos constrange! Ninguém precisa nos dizer que no casamento é proibido trair, não traimos porque amamos nosso cônjuge.

Ninguém precisa dizer que devemos alimentar nossos filhos, os sustentamos com prazer, porque amamos.

Quando compreendo tudo o que Cristo passou por mim, quando entendo que seu amor foi capaz de tudo sofrer, eu me rendo. Eu abro mão do meu querer, das minhas birras, da minha preguiça.

E porque o amo e reconheço o preço que Ele pagou por mim, deixo para trás minhas birras e pirraças de menina.

Deixo de ser aquele (a) que quando um irmão me fala algo que não é o que quero ouvir, logo levo para outro lado e digo que ele me magoou.

O amor de Cristo verdadeiramente nos constrange.

Não se pode negar, mesmo quando criança, o esforço e sacrifício dos pais.

Entendiemos que obedecendo estamos dizendo:

- “Obrigado mãe, pai, eu também os amo!”

E então, mesmo com uma certa má vontade e um pouco de preguiça, faltando 10 minutos pra ela chegar do serviço, vou correr e lavar a louça!

Ter um coração mimado aos próprios caprichos é um desastre para a alma.

Liberte-se disso e VÁ LAVAR SUA LOUÇA SUJA.

Seja ela um relacionamento mal resolvido, uma amizade desfeita, abrir mão do próprio querer, renunciar alguns prazeres.

Por amor a você, a Deus e aos que estão a sua volta. Lave sua louça!

Denise Fernandes, Baseado no texto de Aline Croce