sexta-feira, 14 de outubro de 2011



“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.”
Mt 23:27-28

Uma Surpresa das Escrituras

(A Surprise from Scripture)

Tudo isso me leva a outra questão: Deus espera que perdoemos a todos os que pecam contra nós, mesmo aqueles que não se humilham, admitem seu pecado e pedem perdão?

Quando estudamos as Escrituras de perto, descobrimos que a resposta é “Não”. Para a surpresa de muitos cristãos, as Escrituras deixam claro que, mesmo que seja um mandamento amar a todos, incluindo nossos inimigos, não precisamos perdoar a todos.

Por exemplo, Jesus espera que simplesmente perdoemos um companheiro cristão que peca contra nós? Não, não espera. Caso contrário, não nos teria dito para seguirmos os quatro passos para a reconciliação listados em Mateus 18:15-17, passos que terminam com a exclusão do ofensor, se este não se arrepender:

Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Mas se ele não o ouvir, leve consigo mais um ou dois outros, de modo que “qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas”. Se ele se recusar a ouvi-los, conte à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a igreja, trate-o como pagão ou publicano.

Obviamente, se chegar ao quarto passo (exclusão), o perdão não é garantido ao ofensor, já que o perdão e a exclusão são ações incompatíveis. Pareceria estranho ouvir alguém dizer: “Nós o perdoamos quando o excomungamos”, pois o perdão resulta em reconciliação e não punição. (O que você pensaria se Deus dissesse: “Eu te perdoo, mas de agora em diante não tenho mais nada com você”?) Jesus nos instruiu a tratar o indivíduo excomungado como “pagão ou publicano”, dois tipos de pessoas com os quais o povo judeu não se relacionava, e na verdade detestava.

Nos quatro passos que Jesus listou, o perdão não está no primeiro, segundo ou terceiro passo, a menos que o ofensor se arrependa. Se ele não se arrepender depois dos três passos, ele é levado ao próximo, ainda tratado como um ofensor não-arrependido. Somente quando o ofensor “o ouvir” (isto é, se arrepender), é que pode ser dito que “você ganhou seu irmão” (isto é, que foram reconciliados).

O objetivo da confrontação é para que o perdão possa ser liberado. Contudo, o perdão depende do arrependimento do ofensor. Portanto, nós (1) o confrontaremos com a esperança de que o ofensor (2) se arrependa para que possamos (3) perdoá-lo.

Tudo isso sendo verdade, podemos dizer com toda firmeza que Deus não espera que simplesmente perdoemos companheiros cristãos que pecam contra nós e que não se arrependem depois da confrontação. É claro que isto não nos dá o direito de odiar um ofensor cristão. Pelo contrário, confrontamos porque amamos o ofensor e queremos perdoá-lo e nos reconciliar com ele.

Mesmo assim, depois de todo esforço para a reconciliação através dos três passos que Jesus listou, o quarto passo extermina o relacionamento, em obediência a Cristo.[1] Assim como não devemos ter comunhão com cristãos professos que são adúlteros, alcoólatras, homossexuais e assim por diante (veja 1 Co. 5:11), não devemos ter comunhão com cristãos professos que se recusam a se arrepender quando o corpo inteiro entra em consenso. Tais pessoas provam que não são verdadeiras seguidoras de Cristo e trazem reprovação a Sua igreja.

Uma Elaboração (An Elaboration)

Logo após Jesus ter dito a Pedro para perdoar um irmão quatrocentas e noventa vezes, Ele contou uma parábola para ajudar Pedro a entender o que Ele quis dizer:

Por isso, o Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus servos. Quando começou o acerto, foi trazido à sua presença um que lhe devia uma enorme quantidade de prata. Como não tinha condições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que ele possuía fossem vendidos para pagar a dívida. O servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: “Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo”. O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir. Mas quando aquele servo saiu, encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denários. Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: “Pague-me o que deve!” Então o seu conservo caiu de joelhos e implorou-lhe: “Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei”. Mas ele não quis. Antes, saiu e mandou lançá-lo na prisão, até que pagasse a dívida. Quando os outros servos, companheiros dele, viram o que havia acontecido, ficaram muito tristes e foram contar ao seu senhor tudo o que havia acontecido. Então o senhor chamou o servo e disse: “Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você?” Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão (Mt. 18:23-35).

Note que o primeiro servo foi perdoado porque pediu ao seu mestre. Note também, que o segundo servo também pediu humildemente por perdão ao primeiro servo. O primeiro servo não deu ao segundo o que tinha recebido, e foi isso que irou seu mestre. Portanto, Pedro pensaria que Jesus esperava que ele perdoasse um irmão não-arrependido que nunca pediu por perdão, algo que não foi ilustrado na parábola de Jesus?Parece pouco provável, ainda mais quando Jesus tinha acabado de lhe dizer para tratar um irmão não-arrependido, depois de ser propriamente confrontado, como gentio e publicano.

Parece ainda mais improvável que Pedro pensasse que era esperado que perdoasse um irmão não-arrependido em vista do castigo que Jesus nos prometeu se não perdoarmos nossos irmãos de coração. Jesus prometeu restituir todos os nossos pecados previamente perdoados e nos entregar aos torturadores até que paguemos o que nunca poderemos pagar. Isto seria um castigo justo a um crente que não perdoa um irmão, um irmão a quem Deus também não perdoa? Se um irmão peca contra mim, ou contra você, ele peca contra Deus, e Deus não o perdoa a menos que se arrependa.

que nós possamos parar de curtir o gosto do pecado e pelo amor do nosso Deus perdoemos e sejamos perdoados, mas antes de tudo ARREPENDAMOS DOS NOSSOS PECADOS.

Com carinho, Denise Fernandes

Adaptação:http://www.heavensfamily.org/ss/portuguesetdmm/24


[1] Parece lógico que se o excluído se arrependesse mais tarde, Jesus esperaria que o perdão fosse dado a ele.

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